Eu mato, do italiano Giorgio Faletti traz a história do serial killer que se denomina Um e nenhum e deixa a inscrição Eu mato... perto do corpo de suas vítimas.
O livro traz um serial killer no cerne de sua história, mas não trata essencialmente disso: é sobre pessoas destroçadas interiormente. O livro é um desfile de personagens com passados abalados por mortes que transformaram o presente em uma busca unicamente por sobrevivência.
Frank Ottobre é um agente do FBI que possui muitas dores e é lembrado disso sempre que vê as cicatrizes em seu corpo. Ele está se refugiando em Mônaco, perto de seu amigo Nicolas Hulot, um policial também marcado por um passado do qual não pode fugir e sempre se lembra dele ao ver o estado de sua esposa.
Nicolas pede a ajuda de seu amigo no caso do serial killer Um e nenhum que sempre, antes de cometer um assassinato, liga para a rádio Monte Carlo e deixa uma música como pista de seu próximo assassinato. Porém, essa é a única pista que possuem, pois o serial killer não comete nenhum erro que possa ajudá-los na solução do caso. E, à medida que os assassinatos vão acontecendo, o caso aumenta de importância e todos sentem-se acuados pela pressão do fracasso representado em cada corpo que encontram.
Mas do que de um serial killer, o livro traz personagens moldados pelo passado, pelo destino do qual não podemos correr e nem nos esconder. Não cai na facilidade da história contada pelo prisma do bem ou do mal, são policiais fazendo seu trabalho, apenas isso. Apesar de todos os seus problemas, eles não procuram nenhum tipo de redenção ao buscarem o assassino, ao contrário, eles sabem que a vida profissional não apaga a pessoal, mas mesmo assim, fazem seu melhor.
O serial killer não age como um anti-herói, não tenta passos mirabolantes e irreais. O autor garante o suspense preservando o leitor de detalhes que até os personagens sabem, deixando a revelação para momentos estratégicos.
Eu adorei o livro e tenho medo de escrever muito e estragar os prazeres de sua leitura, porém, acredito que a leitura tenha mais o perfil de quem já é fã do gênero, pois o autor é muito detalhista e não há nenhuma explicação maior sobre o que é um serial killer ou sobre os parâmetros da investigação (isso pode deixar quem não está acostumado com o gênero um pouco perdido) e também há o tamanho do livro (534 páginas com letras pequenas). No skoob vi algumas opiniões desfavoráveis sobre o livro e acho que é devido a esses aspectos. Eu gostei do livro e o recomendo, mas faço esses alertas.
O livro terá uma versão cinematográfica em 2011.
Giorgio Faletti nasceu em Asti, no Piemonte, em 1950. Tem formação em Direito, tornou-se cantor, compositor e comediante de televisão. Eu mato, lançado em 2002, permaneceu mais de um ano nas listas dos mais vendidos da Itália e foi traduzido para 25 idiomas. (Orelha do livro)
-> Site oficial do escritor: aqui
-> Skoob do livro: aqui
-> Onde comprar: Saraiva / Estante virtual
FALETTI, Giorgio. Eu mato. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2010. 534 p.
PArece ser bem legal.
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