quinta-feira, 3 de junho de 2010

Desafio 10 livros em 10 dias: 7° dia - Livro que você mais recomenda

Livro: Não verás país nenhum
Escritor: Ignácio de Loyola Brandão

Apesar do desafio estar atrasado, vamos dar andamento. No tópico de hoje devo dizer qual é o livro que mais indico e, sem dúvida, é o livro Não verás país nenhum, do escritor brasileiro Ignácio de Loyola Brandão.

Infelizmente, é um livro pouco divulgado/conhecido, mas que merece maior atenção. O engraçado é que vários livros estrangeiros tratam de
temas parecidos e fazem sucesso, mas como esse é de um autor nacional, fica esquecido. Às vezes acho que as pessoas só enxergam os clássicos na literatura nacional. E como há o ranço de literatura brasileira clássica ser obrigatória nas escolas, pega-se trauma do hábito de leitura. Particularmente, não acredito em quem diz que não gosta de ler, querer conhecimento é algo inato ao ser humano, por isso acho que a pessoa que diz não gostar de ler deve sofrer de alguns daqueles famosos motivos culturais, econômicos e/ou sociais para não ler.

Por outro lado, há muitos incentivos para lermos a literatura nacional, mas esses escritores que ficam no meio - não são clássicos nem atuais - ficam relegados.

Enfim... voltanto ao livro, segue sinopse: Durante muitas décadas a poesia A Pátria, de Olavo Bilac, foi lida, decorada e recitada pelas crianças brasileiras. Os versos iniciais diziam: "Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste!/ Criança! Não verás nenhum país como este!" Não deixa de ser uma ironia cruel encontrar o verso bilaqueano adotado como título (e com seu significado virado pelo avesso) de um dos romances mais devastadores e pessimistas da literatura brasileira, o oposto do róseo otimismo do poeta das estrelas, Não Verás País Nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão. Enquanto gerações de crianças brasileiras recitavam o poema de Bilac, o país (aliás, em sintonia com o mundo) ia acelerando, lentamente, o seu processo de autodestruição, com a devastação das florestas, o acúmulo de lixo, a degradação do meio ambiente, a que se juntou, nos últimos tempos, à destruição da camada de ozônio do planeta, projetando perspectivas sombrias para a humanidade. Romance apocalíptico, no sentido de contar uma história do fim dos tempos, Não Verás País Nenhum se desenrola em um futuro não determinado, mas cada vez mais presente na realidade do brasileiro. Uma época terrível, na qual a Amazônia se transformou em um deserto sem nenhuma árvore; onde "O lixo forma setenta e sete colinas que ondulam, habitadas, todas. E o sol, violento demais, corrói e apodrece a carne em poucas horas"; onde a carência de água impõe a reciclagem da urina, bebida pelas pessoas. A administração do país chegou ao caos. Governantes medíocres, cada vez mais afastados do povo, interessados apenas em vantagens pessoais, uma polícia corrupta e assustadora. No meio desse mundo sombrio, uma história de amor, na qual o autor sugere que nem tudo está perdido, pelo menos enquanto o bicho-homem alimentar esperanças e for capaz de gestos de generosidade.

Não quero cair no discurso politicamente correto da necessidade de preservação da meio ambiente, então não vou dizer que a leitura do livro é importante para ajudar a aumentar a consciência ambiental. O livro não trata apenas disso. O mais importante no livro é como a humanidade sobrevive em um mundo com a natureza destruida.

É uma ótima leitura. E é muito interessante ver o assunto falado em tantos livros e filmes de Hollywood acontecendo em São Paulo, um lugar tão pertinho...

Aproveito para deixar outros títulos que gosto de recomendar:

- Olhai os lírios do campo, Érico Veríssimo (outro escritor brasileiro. Quase escolhi esse livro para o desafio no lugar de Não verás país nenhum, mas tem tanto tempo que o li. Merece uma releitura... URGENTE)

- Rota 66, Caco Barcellos (sim, já o indiquei várias vezes. É preciso ler e refletir sobre o outro lado também, como uma pessoa chega a chefe de uma favela carioca, no caso do livro. Não podemos ficar entregues aos pensamentos simplistas difundidos pela mídia. Ok... o escritor é um jornalista de televisão, mas há uma grande diferença entre o público que somente assiste aos jornais televisivos e o que compra o (ou um) livro para ler...)

- 1984, George Orwell (sempre fiz questão de dizer o porquê do nome Big Brother Brasil para quem gostava de assistir ao programa.  E a origem do nome não é nada engraçada...)

- Ciranda de pedra, Lygia Fagundes Telles (somente quando estava passando a novela baseada no livro. Uma tentativa de fazer algumas pessoas lerem. Sem falar que o livro é ótimo).

- A sombra do vento, Carlos Ruiz Záfon (porque o livro é ótimo. O enredo conquista qualquer pessoa.)




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