André Garcia queria sair da vida competitiva da carreira de administrador e resolveu ser professor. Ao procurar os livros para um mestrado, percebeu uma lacuna no mercado livreiro: muitos livros não eram achados, não por não existirem ou estarem esgotados, mas por não poderem ser encontrados na imensidão do acervo de livrarias, bibliotecas e sebos; cada lugar possuindo suas características e motivos para tanto.
Como ele bem diz sobre os sebos, lá não é um lugar de busca, mas de garimpagem. Focando nessa conclusão, depois de um ano, ele lançou o site Estante Virtual, onde faz a intermediação da compra de livros de sebos de todo o Brasil. Antes poderíamos passar horas e horas no sebo procurando por um livro, agora, basta colocar o título ou autor no campo de busca do site. Genial !
Eu adoro a Estante, já comprei bastante coisa por lá. Minha maior compra foi de 5 livros de uma só vez e gastei apenas R$ 60,00. Os livros eram usados, mas ninguém diria isso. A única desvantagem é o frete, pois como o livro é enviado pelos Correios a determinação do valor do frete é pelo peso do livro, então quanto mais livros você compra, mais caro o valor do frete. Porém, muitos sebos perceberam que isso poderia afastar clientes e fazem a promoção de que a partir de determinado valor o frete é grátis. Nessa compra de 5 livros não paguei frete.
Abaixo, seguem alguns recortes da entrevista de Andre com cometários:
O brasileiro não gosta de ler ou não compra livros por achar muito caro?
Os dois. Há muita gente que poderia gostar e não gosta, mas há ainda mais gente disponível à leitura se o livro fosse barato. Para quem não gosta de ler, há a razão educacional: a escola ensina a não gostar, usa uma metodologia que tem êxito inverso. Temos uma base pedagógica em que ler é obrigatório e a biblioteca é vista como lugar de castigo. Mas leitura é subjetividade, é ver o que agrada à sensibilidade e se ajusta à sua forma de ser, ao seu momento. A escola nunca me deu esse espaço e duvido que, salvo exceção, garanta isso a muito aluno. Para os que driblam a escola e aprendem a gostar de ler, há um preço alto a ser encarado. Se você considerar só a lista dos dez mais vendidos, a média é de R$ 43 o exemplar. Lê esses livros quem tem mais recurso.
Os dois. Há muita gente que poderia gostar e não gosta, mas há ainda mais gente disponível à leitura se o livro fosse barato. Para quem não gosta de ler, há a razão educacional: a escola ensina a não gostar, usa uma metodologia que tem êxito inverso. Temos uma base pedagógica em que ler é obrigatório e a biblioteca é vista como lugar de castigo. Mas leitura é subjetividade, é ver o que agrada à sensibilidade e se ajusta à sua forma de ser, ao seu momento. A escola nunca me deu esse espaço e duvido que, salvo exceção, garanta isso a muito aluno. Para os que driblam a escola e aprendem a gostar de ler, há um preço alto a ser encarado. Se você considerar só a lista dos dez mais vendidos, a média é de R$ 43 o exemplar. Lê esses livros quem tem mais recurso.
Particularmente, acho o livro no Brasil MUITO caro. Sexta passada estive na Saraiva (RJ) e somente um livro que pesquisei tinha o preço menor do que R$ 40,00. A lei que permite que o livro não seja taxado com impostos foi aprovada há algum tempo, mas não vi nenhuma redução de preços !!
Muitos acham que best-seller estimula a leitura.
Tudo bem, o cara lê 800 páginas de Harry Potter. Mas esse tipo de livro leva mesmo a outra leitura que não seja a mais coisa parecida com Harry Potter? Outro dia, um membro da Câmara Brasileira do Livro disse num evento que se o brasileiro ler bula de remédio, ou revista de fofoca, já está ótimo. Na minha opinião, isso é só tecnicamente leitura. A leitura tem de estimular a imaginação e a reflexão. Qualquer leitura não é leitura.
Tudo bem, o cara lê 800 páginas de Harry Potter. Mas esse tipo de livro leva mesmo a outra leitura que não seja a mais coisa parecida com Harry Potter? Outro dia, um membro da Câmara Brasileira do Livro disse num evento que se o brasileiro ler bula de remédio, ou revista de fofoca, já está ótimo. Na minha opinião, isso é só tecnicamente leitura. A leitura tem de estimular a imaginação e a reflexão. Qualquer leitura não é leitura.
Eu acho que a leitura de Harry Potter vale a pena, mesmo que isso só leve a outro livro do Harry Potter. Mas acho muito mais válido quem consegue ler não somente um tipo de literatura, ou seja, o ideal é ler um pouco de cada tipo, desde clássicos à chick lits.
O livro pode virar fator de exclusão social?
Sem estímulo à escolha, sim. Há essa segmentação, em que uma minoria de livros é bem mais apresentada que todo o resto. A leitura termina aberta a um universo restrito de não mais que uns vinte livros. Uma derrota para a cultura. As pessoas leem só isso? O.K., melhor que não ler. Mas é um quadro de pauperização preocupante. Não basta democratizar a leitura. É preciso democratizar os autores de qualidade.
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Sem estímulo à escolha, sim. Há essa segmentação, em que uma minoria de livros é bem mais apresentada que todo o resto. A leitura termina aberta a um universo restrito de não mais que uns vinte livros. Uma derrota para a cultura. As pessoas leem só isso? O.K., melhor que não ler. Mas é um quadro de pauperização preocupante. Não basta democratizar a leitura. É preciso democratizar os autores de qualidade.
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Tem gente que tem vergonha de dizer que lê/leu Paulo Coelho...
Ei Adriana!!!
ResponderExcluirO blog "O que elas estão lnedo!?" está com sorteio. Como você é seguidora viemos correndo te contar! Vá lá e escolha o livro que quer ganhar!
Beijos
Adorei a entrevista e a sua visita..
ResponderExcluirTá rolando promo nova lá no blog - que tb recebeu uma nova carinha!
Espero você lá
:*
Eu assisti recentemente uma entrevista que ele deu em vídeo... muito legal! Ele com certeza, beneficiou várias pessoas. Comprei dois livros da faculdade por R$26,00, incluído o frete. Cada um na loja custa R$42,00. Viu a economia?
ResponderExcluirBjjjs!!