O livro Amores incertos, de Roberta Polito, é um livro maduro, um vislumbre de delicadeza. O livro traz Marina como protagonista, intercalando sua narração com a de uma namorada antiga de seu marido. Marina é uma psicóloga especializada em arteterapia, é casada com Eduardo com quem tem uma boa relação, porém com algumas questões abertas do passado. Ela vai à Itália fazer um curso de artes, onde seu professor Luca, acaba se mostrando interessado por ela.
Ao misturar a história de Marina com a da antiga namorada de seu marido, surge um emaranhado de situações que parecem estranhas no primeiro momento, mas aos poucos vamos entendendo os acontecimentos e, quando a história chega ao seu desenrolar, percebemos o caminho que foi traçado para que os personagens chegassem aos seus sentimentos e tomassem suas decisões finais.
Ao misturar a história de Marina com a da antiga namorada de seu marido, surge um emaranhado de situações que parecem estranhas no primeiro momento, mas aos poucos vamos entendendo os acontecimentos e, quando a história chega ao seu desenrolar, percebemos o caminho que foi traçado para que os personagens chegassem aos seus sentimentos e tomassem suas decisões finais.
Marina é uma mulher madura, com uma profissão definida, na qual tem perspectivas de crescimento, um casamento feliz mas que tem suas escaras, um filho perfeito mas que tem seus momentos difíceis, ou seja, Marina é uma mulher normal, completamente normal. Quando um fato do passado ressurge, acompanhamos suas reflexões, tentando entender os acontecimentos, seus próprios sentimentos e sobre qual decisão tomar. Mas apesar das pequenas decisões que estão ao seu alcance, Marina não é capaz de determinar seu caminho, pois eventos que ela não pode escolher influem em seus relacionamentos. Acredito que essa seja a grande questão que o livro apresenta: apesar de tudo, não podemos controlar o que nos acontece, estamos sempre à merce da interligação dos fatos das nossas vidas com a de outras pessoas.
O livro também traz um outro lado, um lado menos compreensível e cheio de loucura, mostrando que uma pessoa pode ficar totalmente sem domínio de si e, como uma espécie de fuga, construir um mundo perfeito e fazer o que for possível para tornar o mundo real igual ao seu mundo imaginário.
A leitura me fez lembrar de dois filmes que se assemelham em alguns pontos com a história contada: Paixão à flor da pele (um dos meus preferidos) e Bem me quer, mal me quer.
Paixão à flor da pele (Wicker Park, 2004)
Segue sinopse: Matthew (Josh Hartnett) é um jovem empresário que acredita ter visto em um café a mulher (Diane Kruger) que foi seu grande amor, que desapareceu misteriosamente há dois anos. Ele decide segui-la, descobrindo aonde ela mora. Esta se torna sua rotina durante vários dias, tornando-se uma obsessão para Matthew reencontrá-la. Um dia ele decide invadir o apartamento dela, para poder esperá-la. Porém o que ele não sabe é que a mulher que segue não é exatamente quem ele pensa ser, e que ela sabe exatamente o que está fazendo.
Lembrei de Paixão à flor da pele pela manipulação e intriga causada por uma mulher que atinge um casal e abala a sua relação.
Bem me quer, mal me quer (À la folie... pas du tout, 2002)
Sinopse: Angélique (Audrey Tautou) é uma artista plástica que desenvolve uma paixão desmedida pelo médico Loïc (Samuel Le Bihan). A despeito de tudo o que seus amigos lhe dizem e de diversos acontecimentos que provam o contrário, Angélique persiste na idéia de que Loïc também a ama, transformando o que de início parecia ser um desencontro amoroso em uma perigosa obsessão.
Quanto à Bem me quer, mal me quer, com a eterna Amelie Poulain, lembrei por causa do afastamento da realidade, da crença no mundo criado e a recusa em aceitar que o amado não possui os sentimentos que acredita-se ter.
O livro me surpreendeu com seu estilo: não é preciso descrever sentimentos, as ações definem as pessoas. A autora nos faz preencher o que não foi dito na história, apenas nos mostra os acontecimentos e sentimentos, sem descrevê-los, o que torna a leitura cheia de sensações e... com um certo suspense.
Roberta Polito é paulistana, arquiteta de formação e cresceu em meio aos livros por ser filha de escritor. Inquieta, sempre gostou de diversificar suas atividades incursionando por campos tão diferentes, como criação de jóias, coordenação de cursos, realização de projetos e consultoria em arquitetura para grandes empresas. (Orelha do livro)
VI esse livro e não me chamou muito a atenção, mas pela resenha ele parece ser bem instigante!!!
ResponderExcluirAs dicas dos filmes tbm são bem interessante, nao assisti a nenhum ainda! Vou anotar XD
Oi Dri! Fico feliz que tenha lido e obrigada pela resenha tão bem escrita! Beijos
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